Estratégia e gestão de impactos, riscos e oportunidades
A Galp identifica, avalia e gere os seus impactos, riscos e oportunidades relacionados com o clima, recorrendo a metodologias e ferramentas complementares, incluindo a avaliação de dupla materialidade e avaliações de risco específicas da Empresa e dos projetos, que têm em conta as emissões e o impacto dos preços do carbono.
Para fazer face aos riscos e oportunidades associados à transição para uma economia de baixo carbono, a Galp monitoriza ativamente os desenvolvimentos políticos, regulamentares, tecnológicos, de mercado e legais, assim como riscos reputacionais no setor, integrando-os na análise do portefólio atual e nos estudos de viabilidade para novos investimentos.
Mitigação das alterações climáticas na Galp
A atual volatilidade dos mercados energéticos e instabilidade geopolítica têm colocado desafios significativos, nomeadamente dinâmicas de mercado imprevisíveis e cenários macroeconómicos incertos. Embora a Galp continue a investir na descarbonização e na criação de valor sustentável a longo prazo, tal requer uma abordagem progressiva e pragmática, que equilibre investimentos contínuos em soluções de baixo carbono com a necessidade de garantir um fornecimento de energia seguro e acessível.
A Galp está, por isso, a maturar o seu plano de transição energética, considerando também a evolução atual do seu portefólio, na sequência da recente descoberta potencialmente transformadora de Mopane, na Namíbia, e da menor execução de projetos renováveis. A Empresa continuará a acompanhar a procura do mercado e os desenvolvimentos regulatórios no âmbito da transição energética, assegurando simultaneamente uma execução disciplinada de novos projetos e investimentos estratégicos.
No âmbito do seu progresso rumo a um sistema energético de baixo carbono, a Empresa pretende garantir a resiliência do seu portefólio, envolvendo-se no desenvolvimento de projetos para reduzir a intensidade carbónica das suas atividades e reduzir progressivamente as emissões das suas operações de fornecimento de energia, enquanto aumenta a integração das energias renováveis.
Os projetos upstream da Galp têm uma intensidade carbónica cerca de 50% inferior à média da indústria (com base na comparação com dados fornecidos pela Associação Internacional de Produtores de Petróleo e Gás), e a empresa continua focada em garantir a resiliência e elevada eficiência dos seus desenvolvimentos futuros.
Na vertente industrial downstream, a Galp tem vindo a reduzir progressivamente a pegada de carbono das suas atividades e continua ativamente envolvida no desenvolvimento de iniciativas que permitirão reduzir ainda mais as emissões e aumentar a produção de produtos com menor teor de carbono. Um exemplo claro disso são os projetos de grande escala que estão atualmente a ser construídos em Sines, a nossa principal unidade industrial, incluindo os primeiros eletrolisadores de 100 MW para produção de hidrogénio renovável e uma unidade avançada de biocombustíveis, capaz de produzir combustíveis de baixo carbono para o transporte rodoviário, aéreo e marítimo. Adicionalmente, estão previstos investimentos no aumento da eficiência energética operacional e eletrificação em Sines.
Além disso, a Galp tem vindo a desenvolver uma capacidade significativa de produção de energia renovável, cuja integração é fundamental para apoiar o desenvolvimento de outros negócios de baixo carbono em todo o grupo.
Critérios de investimento e integração ESG
Os critérios de investimento da Empresa promovem investimentos em oportunidades de criação de valor e em projetos que estejam alinhados com a estratégia da Galp, com as normas ESG e com a regulação aplicável. Isto garante que os projetos são resilientes, proporcionam retornos favoráveis e estão alinhados com o apetite de risco da Empresa, com os objetivos estratégicos e com as diretrizes e políticas de sustentabilidade.
Cada projeto é submetido a uma avaliação que inclui o seu alinhamento com a Taxonomia de Investimento Sustentável da UE e uma análise de risco ESG, na qual é tido em conta o impacto das emissões de GEE e outros riscos ESG na previsão do free cash flow do projeto.
Integração do preço de carbono na aprovação do investimento
A Galp reconhece que a internalização dos custos das emissões de GEE, por exemplo através de um preço interno de carbono, é um mecanismo eficaz para avaliar a sustentabilidade associada ao clima e incentivar investimentos em soluções de baixo carbono. Ao incorporar um preço global de carbono na avaliação de novos projetos e de alterações a projetos existentes, em situações em que estes mecanismos se aplicam, e ao analisar o impacto das emissões relacionadas nas suas métricas de descarbonização, a Galp garante que os projetos de baixa intensidade carbónica são priorizados quando os critérios de investimento são cumpridos.
Os pressupostos de preços de carbono adotados pela Galp estão alinhados com cenários externos de transição energética a longo prazo, refletindo os atuais quadros legislativos e antecipando proativamente futuros desenvolvimentos regulatórios.
Avaliação de riscos climáticos
Galp tem trabalhado continuamente para melhorar os processos de identificação e quantificação dos riscos e oportunidades climáticos com que se depara. A Empresa irá reavaliar os riscos climáticos para obter uma visão mais aprofundada da resiliência dos seus atuais e potenciais ativos, bem como da sua estratégia. Serão considerados diferentes cenários climáticos, incluindo cenários credíveis de emissões líquidas nulas e de emissões elevadas, na quantificação dos impactos financeiros dos principais riscos identificados.
A avaliação cobrirá todos os ativos e geografias relevantes, bem como aspetos materiais da cadeia de valor, utilizando horizontes temporais compatíveis com o planeamento estratégico da empresa. O objetivo é melhorar a identificação e a quantificação destes riscos e dos respetivos impactos. Baseando-se em estudos anteriores e nos riscos e oportunidades identificados durante o exercício de avaliação de dupla materialidade, esta avaliação atualizará e sistematizará os processos utilizados para a análise e avaliação dos riscos climáticos. Além disso, a avaliação terá em conta os impactos de futuros projetos nas alterações climáticas, incluindo as suas emissões de GEE, bem como outros efeitos potenciais ao longo da cadeia de valor associada.
Avaliações anteriores dos riscos climáticos físicos indicaram que a Organização tem uma exposição relativamente baixa a riscos físicos crónicos. Os riscos físicos agudos mais significativos identificados foram os eventos extremos de vento e precipitação. Embora com um impacto reduzido, estes eventos têm o potencial para danificar instalações e equipamentos, perturbar a acessibilidade aos portos devido a alterações nos padrões de ondulação, interromper operações e cadeias logísticas e comprometer o fornecimento de matérias-primas.