- Produção working de crude nos 17 mil barris diários, superando em 80% os 9,5 mil barris diários de 2006;
- Aumento em 3% da margem de refinação da Galp Energia para os 5,5 Usd/barril, no entanto a forte desvalorização do dólar fez com que a margem de refinação diminuísse 6% em euros para os 4,0 Eur/barril;
- Aumento da cobertura da actividade de refinação pela actividade de distribuição de produtos petrolíferos em 4 p.p. para os 72%;
- Aumento de 17% nas vendas de gás natural para um total de 5,4 mil milhões de metros cúbicos com incrementos em todos os sub-segmentos;
- EBITDA ajustado a replacement cost de 891 milhões de euros, aumentando 1% face ao ano anterior numa base pro-forma;
- Resultado líquido de 777 milhões de euros, equivalente a um resultado por acção de 0,94 euros e, em termos ajustados a replacement cost, de 418 milhões de euros, equivalente a 0,50 euros por acção;
- Proposta de dividendo de 0,32 euros por acção, 5% acima do valor de 2006.
Indicadores financeiros
Em 2007, a Galp Energia atingiu um resultado líquido de 777 milhões de euros. Este resultado, que representa um crescimento de 62% face ao ano de 2006, numa base comparável, em linha com a performance operacional da Galp Energia, reflecte de forma significativa a subida do preço do crude e produtos petrolíferos nos mercados internacionais.
Utilizando a metodologia replacement cost e excluindo outros eventos não recorrentes, a Galp Energia atingiu em 2007, um resultado líquido ajustado de 418 milhões de euros o que, numa base comparável, representa um aumento anual de 1,4% e 10,7% em euros e usd, respectivamente.
Exploração & Produção
A actividade de Exploração & Produção obteve, em 2007, resultados operacionais ajustados de 150 milhões de euros, mais que duplicando face aos 66 milhões de euros de 2006.
Em 2007, a produção working da Galp Energia, ascendeu a 17 mil barris por dia, o que representa um aumento de 80% face aos 9,5 mil barris/dia do ano anterior. A produção do campo Benguela-Belize-Lobito-Tomboco (BBLT), do Bloco 14, em Angola, foi de 13,8 mil barris/dia, o que representa 81% da produção total da Galp Energia em 2007.
A produção net entitlement aumentou 73% face ao ano anterior, para os 4,6 milhões de barris. A produção do campo BBLT representou 87% deste total, ou seja 4 milhões de barris.
Reservas e recursos contingentes
De acordo com o relatório da Degolyer Macnaughton, a 31 de Dezembro de 2007, as reservas provadas e prováveis da Galp Energia no Bloco 14 eram de 31 milhões de barris. Ainda segundo o mesmo relatório, os recursos contingentes da Galp Energia ascendiam aos 742 milhões de barris, dos quais 500 milhões correspondiam a recursos do Tupi, no Bloco BM-S-11 no Brasil e o restante aos blocos 14, 14K e 32 em Angola. Em 31 de Dezembro de 2006, as reservas e recursos contingentes da Galp Energia eram de 119 milhões de barris.
Refinação & Distribuição de Produtos Petrolíferos
Em 2007, o segmento de negócio de Refinação e Distribuição obteve um resultado operacional ajustado de 261 milhões de euros, uma quebra de 26,7% face a 2006. Esta quebra reflecte a redução da actividade de refinação, devido às paragens das refinarias, a forte desvalorização do dólar face ao euro e ainda, a forte subida das cotações do crude e dos produtos petrolíferos nos mercados internacionais, cujo impacto se estima em 67 milhões de euros.
As refinarias da Galp Energia trataram 13,8 milhões de toneladas de matéria-prima, menos 6% que em 2006, reflectindo o efeito das paragens para manutenção nas refinarias de Sines e Porto. Apesar do impacto negativo na produção, as paragens das refinarias são essenciais para aumentar o ciclo de vida e repor níveis de eficiência dos equipamentos, efectuar operações de reparação, bem como inspeccionar e substituir equipamentos.
As vendas deste segmento atingiram 16 milhões de toneladas, das quais 12,5 milhões corresponderam a produção própria da Galp Energia e o restante a compras de produtos. Em 2007, as exportações caíram 23%, para as 2,4 milhões de toneladas, em consequência da redução do volume de produção. As gasolinas e o fuel óleo mantiveram-se no topo da lista dos produtos mais exportados.
No final de 2007, a rede da Galp Energia era constituída por 1.038 estações de serviço e 210 lojas, ou seja menos sete estações e mais nove lojas que no final do ano anterior. Estes números traduzem o esforço de racionalização da rede em Portugal e a aposta da Galp Energia na expansão do negócio non-fuel, com o consequente aumento do peso deste negócio nos resultados do segmento.
Gas & Power
O segmento de negócio Gas & Power alcançou um resultado operacional de 215 milhões de euros em termos ajustados, o que traduz um aumento de 10%, face aos 196 milhões de euros do ano anterior, numa base comparável, ou seja excluindo o efeito líquido do unbundling (processo de spin off das actividades de gás natural) dos primeiros nove meses de 2007, 70 milhões de euros.
Em 2007, a Galp Energia vendeu 5,4 mil milhões de metros cúbicos de gás natural, mais 17% que em 2006. O segmento de trading registou o maior aumento, beneficiando do maior consumo para a produção de energia eléctrica devido à baixa pluviosidade registada nos últimos meses de 2007. O subsegmento industrial atingiu um novo record anual de 1,6 mil milhões de metros cúbicos, o que representou um aumento de 6% face a 2006. No segmento da distribuição, a Galp Energia conquistou mais 45.000 clientes de gás natural, contando no final de 2007 com um portfolio de 835.000 clientes e um volume de vendas de 530 milhões de metros cúbicos, mais 6% que em 2006.
As centrais de cogeração participadas pela Galp Energia produziram 1.610 GWh, mais 3% que no ano anterior, tendo consumido, para essa produção, 175 milhões de metros cúbicos de gás natural, um volume equivalente a 10% do mercado industrial português.
Investimento
A Galp Energia investiu, em 2007, 466 milhões de euros, mais 33% que em 2006. O segmento de negócio de Exploração & Produção foi o que absorveu a maior fatia deste total, 41%, tendo sido também o que mais aumentou face ao ano anterior, atingindo os 193 milhões de euros.
Neste segmento, o investimento foi essencialmente canalizado para actividades de exploração, pesquisa e desenvolvimento nos blocos 14 e 32 em Angola. No Brasil, nos blocos onde a Galp Energia é operadora, os investimentos concentraram-se, sobretudo, na perfuração de 12 poços de exploração, com uma taxa de êxito de 42%. Dos quatro poços perfurados nos blocos onshore, operados pela Petrobras, apenas um deu origem a descoberta.
Nos blocos não operados no offshore, o investimento foi orientado, essencialmente para a Bacia de Santos, onde se realizaram dois poços de exploração, o Caramba e o Júpiter, nos blocos BM-S-21 e BM-S-24, respectivamente, e um poço de avaliação, o Tupi Sul, no Bloco BM-S-11.
Na Refinação e Distribuição foram investidos 168 milhões de euros canalizados para melhorias gerais nas refinarias, nomeadamente no âmbito de racionalização energética, licenciamento ambiental e adequação a novas especificações, etc. Do total do investimento deste segmento, 61% diz respeito a investimentos de conformidade e manutenção.
No segmento de negócio Gas & Power, o investimento totalizou 103 milhões de euros. Na área de distribuição de gás natural o investimento permitiu a conclusão de cerca de 793 quilómetros de rede secundária e a ligação de aproximadamente 68 mil clientes, incluindo clientes novos e clientes convertidos. Na área do Power, a construção em curso da central de cogeração na refinaria de Sines foi o investimento mais significativo.
Capitalização bolsista
As acções da Galp Energia valorizaram-se 165% em 2007, tendo alcançado um máximo histórico de 19,50 euros, no dia 27 de Dezembro. A valorização, desde o início da Oferta Pública Inicial, a 23 de Outubro de 2006, foi de 217%. Durante o ano de 2007, foram transaccionadas cerca de 351,6 milhões de acções, o que corresponde a uma média diária de 1,4 milhões de acções. A capitalização bolsista da Galp Energia a 31 de Dezembro de 2007 era de 15 mil milhões de euros.
Bases de apresentação da informação
As demonstrações financeiras consolidadas não auditadas da Galp Energia, relativas aos doze meses findos em 30 de Dezembro de 2007 e 2006, foram elaboradas em conformidade com as International Financial Reporting Standards (“IFRS”).
Em resultado das demonstrações financeiras serem elaboradas de acordo com as IFRS, o custo das mercadorias vendidas e matérias primas consumidas é valorizado a FIFO (“First In First Out”), o que pode originar uma grande volatilidade nos resultados em momentos em que existam grandes oscilações nos preços das mercadorias e das matérias primas, através de ganhos ou perdas de stocks que podem não reproduzir a performance operacional da Empresa, a que chamamos neste documento “efeito stock”.
Outro exemplo que pode afectar a análise dos resultados da Empresa, e que não reproduz o seu verdadeiro desempenho, são determinados eventos de carácter não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de activos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de restruturação.
Com o objectivo de avaliar a performance operacional do negócio da Galp Energia, os resultados são ajustados pelo efeito stock, utilizando a metodologia replacement cost, e por eventos não recorrentes.