25.09.2023
Na Estrada
Cheia de história, Évora é o sítio ideal para conhecer durante uma escapadinha de outono. Partimos à descoberta desta cidade alentejana Património Mundial da Humanidade.
Évora é um território antigo, com vestígios de ocupação que remontam à pré-história. Durante a ocupação romana, a então Ebora Liberalitas Julia contou com um forte desenvolvimento económico e artístico, do qual são prova monumentos como o templo e as termas romanas.
No período de ocupação muçulmana a cidade manteve a sua importância, sendo em 1165 integrada definitivamente no reino de Portugal. A cidade foi crescendo, com a edificação de diversas igrejas e da Catedral. Já no século XIV é construída uma nova muralha em torno da cidade e é a partir do reinado de D. João I que Évora passa a ser residência frequente da corte, sendo considerada a segunda cidade do país.
No século XVI instala-se o Paço Real e é fundada a Universidade de Évora, encerrada em 1759 aquando da expulsão dos Jesuítas, dando início a uma época de declínio da cidade, que se estendeu até ao século XX.
Hoje, Évora é uma cidade herdeira de um vasto património cultural, tendo em 1986 sido classificada como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO.
Vale a pena conhecer de perto.
Do património romano, passando pelos períodos gótico, barroco, manuelino, ou pelas muralhas medievais, conheça alguns dos principais pontos de interesse para visitar em Évora.
Monumento Nacional desde 1910, a Praça do Giraldo é uma homenagem a Geraldo Geraldes, um agradecimento pela sua conquista da cidade aos mouros no século XII. No centro da praça ergue-se uma fonte de mármore, do estilo barroco, com oito bicas, cada uma associada a cada rua principal da praça.
Também ali poderá visitar a Igreja de Santo Antão, uma das mais importantes de Évora, classificada como Imóvel de Interesse Público em 1970.
O templo romano é um dos mais bem preservados em toda a Península Ibérica, considerado Património Mundial pela UNESCO em 1986. Este templo de estilo coríntio foi construído no início do século I d. C. e para muitos portugueses é ainda hoje conhecido como o Templo de Diana, devido a uma lenda criada no século XVII que associava a sua construção a uma homenagem à deusa romana da caça, Diana.
Contudo, este templo foi feito para homenagear o imperador Augusto.
Também as termas romanas, construídas entre os séculos II e III, são um exemplo dos vestígios romanos deixados naquela cidade. Foram construídas para serem as termas públicas da Évora romana e descobertas em 1987, em escavações na parte mais antiga do edifício da Câmara Municipal.
A Sé é a maior catedral medieval do país, construída em granito e terminada em 1250, marcando a transição do estilo românico para o gótico. A Sé Catedral inclui, ainda, o Museu de Arte Sacra, com um vasto espólio de paramentos, pintura, escultura e ourivesaria.
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Já a Igreja de São Francisco foi construída entre os séculos XV e XVI, sendo um edifício de estilo manuelino-mudéjar e renascentista edificado em substituição do anterior templo gótico.
A grande curiosidade é a Capela dos Ossos, construída no século XVII, contando com as paredes e os pilares revestidos por milhares de ossos e crânios, provenientes dos espaços de enterramento ligados ao convento. O objetivo desta construção era criar pela imagem a reflexão sobre a transição e a fragilidade da vida humana.
Criado em 1915, o Museu de Évora, ou Museu Nacional Frei Manuel do Cenáculo, reúne algumas peças romanas, visigóticas e árabes que faziam parte do Palácio D. Manuel, do templo romano e da Praça do Giraldo.
O museu conta com mais de 20 mil objetos e obras de arte, entre eles um conjunto de 13 painéis da Vida da Virgem e de 6 painéis da Paixão de Cristo, pintados no século XV por desconhecidos da escola de Bruges.
É da Fundação Eugénio de Almeida que surgem os vinhos produzidos na Adega Cartuxa e os azeites produzidos no Lagar Cartuxa, fruto de um projeto de exploração agropecuária e industrial da instituição criada por Vasco Maria Eugénio de Almeida.
Vale a pena conhecer o Paço de São Miguel, o arquivo e biblioteca da Fundação e o Jardim das Casas Pintadas.
Situado no interior do Jardim Público de Évora, o Palácio D. Manuel foi inicialmente mandado construir por D. Afonso V, sob o nome Paço Real de Évora. O palácio foi sendo alvo de novas construções ao longo do tempo e foi no reinado de D. Manuel I que nasceu o jardim e foram melhoradas as horas e o laranjal e construída a Galeria das Damas, a única parte do palácio que ainda continua de pé e que foi restaurada na década de 1940 pela Direção-Geral dos Monumentos Nacionais.
Também o Aqueduto da Água de Prata é Monumento Nacional desde 1910, terminado em 1537 a mando de D. João III para fazer chegar água a todos os eborenses.
Para o ver de perto, nada como fazer o percurso ambiental de Évora, que acompanha o aqueduto por 8,3 quilómetros, num passeio repleto de natureza.
A Ermida de S. Brás ergue-se já fora das muralhas da cidade e foi mandada construir por D. João II em 1480 no local de uma gafaria onde se tratava doentes com peste. A ermida é dedicada a S. Brás por ser o protetor das vítimas de epidemias, sendo um dos monumentos mais importantes da cidade, de estilo manuelino-mudéjar
Situado na Herdade dos Almendres, freguesia de Nossa Senhora de Guadalupe, o cromeleque é um dos exemplos de vida do período Neolítico, constituído por dois recintos, construídos entre o final do 6.º e do 3.º milénio A. C.
Estre cromeleque é o maior conjunto de menires estruturados da Península Ibérica e um dos maiores monumentos megalíticos do mundo.
Este monumento teria mais de uma centena de monólitos, das quais ainda restam 95 em ótimo estado de conservação.
Depois de uma excursão cultural tão intensa, nada como se deliciar com as comidas típicas eborenses. Seguindo as sugestões do site Visit Évora, aproveite para experimentar:
Entre muitos outros.
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