08 NOV 2020
Hidrogénio: o combustível ecológico do futuro?
As células de combustível de hidrogénio revelam um potencial imenso. Saiba tudo aqui.
A mobilidade elétrica é sem dúvida a mobilidade do futuro. A questão é: será ela movida a baterias de lítio ou haverá uma alternativa mais ecológica? Talvez sim: as células de combustível de hidrogénio.
Este combustível de hidrogénio é uma alternativa tão forte que há quem a considere a verdadeira alternativa viável e ecológica para o futuro da mobilidade.
Mas será possível democratizar esta tecnologia? Iremos debruçar-nos sobre o combustível de hidrogénio abaixo, para que possa ser você mesmo a tirar as suas conclusões.
O que é o hidrogénio?
O hidrogénio é o elemento mais abundante no universo. Tanto que em teoria será possível extraí-lo ou produzi-lo de formas muito diversas. Mas para não o induzir em erro, adiantamos desde já que a forma mais comum de produzir hidrogénio nos dias de hoje, é extraindo-o partir de combustíveis fósseis.
Se o que procuramos é um combustível ecológico, de facto isto não faz sentido. É por isso que hoje o foco na produção de hidrogénio se vira para as energias verdes, como a eólica ou fotovoltaica. É isto mesmo que a Galp está a fazer como membro do Hydrogen Council.
Como funciona um carro movido a hidrogénio?
Na prática a energia que move um carro a hidrogénio é elétrica, produzida no carro a partir do hidrogénio.
Em cada carro, à semelhança dos carros tradicionais, existe um depósito especialmente preparado para armazenar o hidrogénio. Para que se gere energia, esse hidrogénio é libertado de forma controlada, entrando em contacto com o oxigénio. É depois na fuell cell, a célula de combustível de hidrogénio, que é produzida a reação que dá origem à energia elétrica necessária para mover o carro.
Dentro desta célula, existe uma membrana extremamente fina e revestida a platina, que torna esta reação possível. O único subproduto resultante é água. E é água pura, tanto que até a poderia beber, não tivesse ela cerca de 80ºC na altura em que é produzida.
Qual é o maior desafio do combustível de hidrogénio?
O preço. Tal como ocorreu há uns anos com o preço baterias dos carros elétricos.
O que leva a que as células de combustível de hidrogénio tenham um preço elevado é a platina que reveste a sua membrana e a complexidade da sua produção, principalmente em escala. Como vimos acima, é esta membrana que permite criar a reação necessária para produzir energia.
Segundo o Observador, a Johnson Matthey, uma das empresas mundiais que produz células de combustível a hidrogénio, indica que até 2030 estas células poderão baixar para o preço de 3.000€ a unidade. Mas até lá, e aos dias de hoje, estas ainda custam à volta de 20.000€.
Os dois grandes trunfos do hidrogénio em relação aos elétricos atuais
1# Maior autonomia
Embora a tecnologia dos combustíveis a hidrogénio ainda esteja a ser melhorada, os carros atuais do mercado já têm autonomias superiores aos melhores modelos elétricos.
E mesmo que a qualidade e densidade das baterias dos elétricos continuem a aumentar, estes encontrarão sempre um problema: a relação de peso das baterias com a autonomia. Com mais baterias, os carros elétricos tornam-se mais pesados, o que os obriga a um maior esforço para se moverem. Maior esforço equivale a maior dispêndio energético, que diminui de imediato a autonomia do veículo.
2# Abastecimento mais rápido que o carregamento elétrico
Um dos entraves aos elétricos é o tempo de carregamento. No caso de um carro a hidrogénio, o abastecimento é realizado de forma semelhante a um carro movido a combustíveis fósseis.
Sabia que…
A Galp vai abrir o primeiro posto de combustível de hidrogénio em Portugal?