Galp Energia regista resultado líquido a custo de substituição ajustado de €174 milhões no primeiro semestre de 2010
• A produção working interest de crude aumentou 43% em relação ao período homólogo, para 19,1 mil barris diários, o que se deveu ao contributo dos projectos Tupi (Brasil) e Tômbua-Lândana (Angola);
• A margem de refinação da Galp Energia no primeiro semestre de 2010 foi de Usd 3,0/bbl, beneficiando da recuperação das margens de refinação nos mercados internacionais;
• O negócio de distribuição de produtos petrolíferos manteve a sua contribuição positiva para os resultados, com o aumento da actividade em Espanha;
• As vendas de gás natural aumentaram 4% em relação ao período homólogo, para 2.284 milhões de metros cúbicos, dos quais 72% corresponderam a vendas no mercado liberalizado;
• O EBITDA a custo de substituição ajustado no primeiro semestre de 2010 atingiu €454 milhões;
• O resultado líquido a custo de substituição ajustado foi de €174 milhões, ou seja, €0,21 por acção;
• O investimento no primeiro semestre de 2010 foi de €479 milhões, maioritariamente canalizado para o projecto de conversão das refinarias.
INDICADORES FINANCEIROS
O resultado líquido a custo de substituição ajustado no primeiro semestre de 2010 aumentou 72% para €174 milhões face ao período homólogo na sequência do aumento do preço e da produção de crude, do aumento da margem de refinação e do crude processado, do aumento dos volumes de gás natural vendidos e ainda do incidente ocorrido na refinaria de Sines no primeiro trimestre de 2009 que afectou negativamente os valores desse período, baixando assim a base de comparação.
EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO
No primeiro semestre de 2010, a produção working interest aumentou 43% face ao período homólogo, para 19,1 mil barris por dia. Este aumento deveu-se principalmente ao incremento de produção do campo Tômbua-Lândana em Angola e do campo Tupi no Brasil, que produziram em conjunto 29% do total, ou 5,6 mil barris por dia.
Também a produção net entitlement registou uma subida de 33%, para 11,8 mil barris por dia, em relação ao mesmo período do ano anterior devido à produção dos campos referidos anteriormente, Tômbua-Lândana e Tupi.
O resultado operacional a custo de substituição ajustado no primeiro semestre de 2010 foi de €54 milhões face a €21 milhões no período homólogo, um incremento que se deveu aos aumentos da produção e do preço médio de venda do crude.
REFINAÇÃO & DISTRIBUIÇÃO DE PRODUTOS PETROLÍFEROS
O crude processado no primeiro semestre situou-se nos 44 milhões de barris, enquanto no período homólogo tinha sido de 35 milhões de barris, devido ao incidente na Refinaria de Sines ocorrido no primeiro trimestre de 2009. No primeiro semestre de 2010, a taxa de utilização da capacidade de refinação foi de 78%.
Os volumes vendidos de produtos petrolíferos aumentaram 3% face ao período homólogo para as 8,4 milhões de toneladas, beneficiando do contributo positivo das exportações, que totalizaram 1,5 milhões de toneladas, face aos 1,0 milhões de toneladas de exportações no primeiro semestre de 2009.
As vendas a clientes directos diminuíram 7% em relação ao período homólogo, para os 5,2 milhões de toneladas, na sequência da queda do mercado de produtos petrolíferos na Península Ibérica. De salientar que, no primeiro semestre de 2010, 44% das vendas totais a clientes directos foram realizadas no mercado espanhol.
No final de Junho de 2010, a Galp Energia tinha 1.443 estações de serviço na Península Ibérica, mais sete do que no final de Março, das quais cerca de 43% eram em Espanha. As lojas de conveniência ibéricas totalizavam 464, sendo que cerca de metade se situavam em Espanha.
O resultado operacional a custo de substituição ajustado foi de €102 milhões, mais €74 milhões que no primeiro semestre de 2009, o que se ficou a dever à melhoria operacional apresentada pela actividade de refinação e ao incidente ocorrido na refinaria de Sines no primeiro trimestre de 2009.
GAS & POWER
No primeiro semestre de 2010 as vendas de gás natural aumentaram 4% em relação ao período homólogo, para os 2.284 milhões de metros cúbicos, com as vendas no mercado liberalizado a representarem 72% dos volumes vendidos.
Os volumes vendidos ao sector eléctrico registaram uma descida de 7%, devido ao aumento da geração eléctrica por via hidráulica, dada a pluviosidade no semestre, influenciando assim negativamente o recurso à geração térmica, nomeadamente a gás natural.
O segmento industrial em Portugal, e tendo em conta os mercados liberalizado e regulado, registou um aumento de 7% face ao período homólogo, para o que muito contribuíram os 165 milhões metros cúbicos de gás natural consumidos pela central de cogeração de Sines, a qual entrou em operação no quarto trimestre de 2009. A entrada em operação da central de Sines teve igualmente um efeito positivo na produção de electricidade, no semestre, que aumentaram para 609 GWh.
No primeiro semestre de 2010, o resultado operacional a custo de substituição ajustado foi de €93 milhões, face aos €71 milhões do primeiro trimestre de 2009, um aumento de 31%.
INVESTIMENTO
O investimento no primeiro semestre de 2010 foi de €479 milhões. No segmento de negócio de Exploração & Produção, os €146 milhões investidos, foram essencialmente canalizados para o desenvolvimento do bloco 14, sobretudo para o campo Tômbua-Lândana e para o Brasil, com o campo Tupi a absorver €89 milhões.
No segmento de negócio de Refinação & Distribuição, o investimento foi de €286 milhões, dos quais €226 milhões foram canalizados para o projecto de conversão das refinarias.
O investimento de €44 milhões no segmento de negócio de Gas & Power foi canalizado em partes equivalentes para a rede de distribuição de gás natural e para a construção da central de cogeração da refinaria de Matosinhos.
CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA
Durante o primeiro semestre de 2010, as acções da Galp Energia tiveram um desempenho positivo de 1%, com a cotação a fechar nos €12,30 no final daquele período e a atingir um máximo de €13,68. Desde a Oferta Pública Inicial a 23 de Outubro de 2006 até 30 de Junho de 2010, a acção da Galp Energia teve um desempenho positivo de 112%. Durante o período foram transaccionadas cerca de 243 milhões de acções, o que equivaleu a uma média diária de 1,9 milhões. A 30 de Junho de 2010, a Galp Energia tinha uma capitalização bolsista de €10.200 milhões.
BASES DE APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos seis meses findos em 30 de Junho de 2010 e 2009 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os semestres findos em 30 de Junho de 2010 e 2009 e para os semestres findos nestas datas. A informação financeira referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 30 de Junho de 2010 e 31 de Dezembro de 2009.
As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as IFRS e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a CMP. A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.
Outro factor que pode afectar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de activos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.
Com o objectivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados operacionais e os resultados líquidos RCA excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock, pelo facto de o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas ter sido apurado pelo método de valorização de custo de substituição, designado replacement cost (RC).