Produção de petróleo e refinação impulsionam resultados da Galp Energia
A produção total (working interest) de petróleo e gás natural em 2014 aumentou 24% para 30,5 mil barris de
óleo equivalente por dia (mboepd), devido ao aumento de 58% da produção no Brasil; a produção net
entitlement aumentou cerca de 30% para 27,1 mboepd, resultado da execução dos projetos de produção no
Brasil.
As exportações de produtos petrolíferos para fora da Península Ibérica situaram-se em 4 milhões de toneladas,
uma diminuição de 9% face ao período homólogo que resultou, principalmente, da menor disponibilidade de
produto para exportação devido à paragem programada na refinaria de Sines no primeiro semestre do ano.
A margem de refinação da Galp Energia foi de $3,3/bbl, que compara com $2,2/bbl em 2013, um aumento que
resultou da evolução positiva das margens nos mercados internacionais no segundo trimestre de 2014.
O volume de vendas a clientes diretos diminuiu 2%, devido ao decréscimo do mercado ibérico; as vendas de
produtos petrolíferos a clientes diretos em África representaram 8% do total.
O volume de gás natural vendido aumentou 5%, atingindo os 7.472 milhões de m3, um máximo histórico de
volumes vendidos. Este aumento explica-se pelas vendas de gás natural liquefeito (GNL) nos mercados
internacionais, que aumentaram 679 mm3 em relação ao ano passado, atingindo também um valor máximo
histórico.
O investimento totalizou €1143 milhões, 87% dos quais se destinaram ao segmento de negócio de Exploração &
Produção, nomeadamente para as atividades de desenvolvimento no campo Lula/Iracema, no bloco BM-S11, no
Brasil.
No final de 2014, a dívida líquida situou-se em €1.630 milhões considerando o empréstimo de €890 milhões
concedido à Sinopec como caixa e equivalentes, traduzido num rácio de dívida líquida para Ebitda de 1,2x. Não
considerando esse empréstimo, a dívida líquida seria de €2.520 milhões, mais 347 milhões do que no final de
2013.
INDICADORES FINANCEIROS
(ver tabela no pdf em anexo)
O resultado líquido replacement cost ajustado da Galp Energia foi de €373 milhões, mais €63 milhões do que em
2013, para o que contribuiu o aumento da produção de petróleo e gás natural no negócio E&P, a melhoria do
desempenho operacional do segmento de negócio R&D e o aumento dos volumes de gás natural vendido.
EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO
(ver tabela no pdf em anexo)
Em 2014, a produção total (working interest) de petróleo e gás natural aumentou 24% para 30,5 mboepd devido ao
aumento de 58% da produção no Brasil, que totalizou 19,8 mboepd. Esta evolução foi sustentada pelo aumento da
produção da FPSO Cidade de Paraty, à contribuição dos testes de longa duração (EWT) realizados nas áreas de Lula
Central, Lula Sul e Iara ao longo do ano e ao início das operações da FPSO Cidade de Mangaratiba no último
trimestre. A FPSO Cidade Angra dos Reis operou de forma estável no período.
A produção working interest em Angola diminuiu 11% devido à diminuição da produção do campo Kuito, no bloco
14. No entanto, a produção do campo BBLT aumentou cerca de 10% face a 2013 com a entrada em produção de
novos poços.
A produção net entitlement, a mais relevante – uma vez que é aquela que reverte integralmente para a Galp Energia
– aumentou cerca de 30%, para 27,1 mboepd face a 2013, consequência do aumento da produção no Brasil.
O resultado operacional a custo de substituição foi de €295 milhões, um aumento de €64 milhões face ao período
homólogo.
REFINAÇÃO & DISTRIBUIÇÃO
(ver tabela no pdf em anexo)
Em 2014 a margem de refinação da Galp Energia atingiu um valor médio de $3,3/bbl, um aumento de $1,1/bbl face
a 2013, que resultou, sobretudo, da evolução positiva das margens nos mercados internacionais no segundo
semestre de 2014.
As exportações para fora da Península Ibérica situaram-se nos 4 milhões de toneladas, uma diminuição de 9% face a
2013, refletindo a paragem da refinaria de Sines e consequente menor disponibilidade de produto. No 4º trimestre
as exportações continuaram a recuperação que se tinham iniciado no terceiro trimestre, após o arranque da
refinaria. Durante o ano, o fuelóleo, a gasolina e o gasóleo representaram 34%, 25% e 19% das exportações,
respetivamente.
A paragem da refinaria explica igualmente a descida de 9% no número de barris processados em 2014. Foram
processados 79,3 milhões de barris de crude, 78% dos quais de crudes médios e pesados. Os destilados médios e as
gasolinas representaram 47% e 20% da produção total, respetivamente, enquanto o fuelóleo representou 18%. Os
consumos e quebras no período foram de 8%.
O volume de vendas a clientes diretos desceu 2% em relação ao ano anterior, devido à contração do mercado
ibérico. O volume de vendas a clientes diretos em África representou 8% do volume de vendas totais do período.
No final de dezembro, a Galp Energia contava com 1.449 estações de serviço, com o crescimento em África a
compensar a diminuição de postos na Península Ibérica.
O resultado operacional a custo de substituição do segmento de negócio de Refinação & Distribuição foi de €99
milhões, um aumento de 94 milhões face ao período homólogo, devido essencialmente à melhoria no contexto da
refinação durante o segundo semestre do ano.
GAS & POWER
(ver tabela no pdf em anexo)
As vendas de gás natural nos doze meses de 2014 aumentaram 5% para 7.472 milhões de metros cúbicos (Mm3), um
máximo histórico de volumes vendidos. Este aumento deveu-se aos maiores volumes de GNL transacionados no
mercado internacional, que atingiram o máximo histórico de 3.713 Mm3. O aumento das vendas em trading
permitiu compensar a descida dos volumes vendidos a clientes diretos, que registaram uma descida de 7%, na
sequência da menor procura dos segmentos industrial e residencial.
A diminuição dos volumes vendidos no segmento industrial deveu-se à racionalização do portefólio de clientes e à
quebra dos consumos nas unidades industriais em Portugal, em particular em virtude da paragem da Artlant e da
manutenção programada da refinaria de Sines no primeiro semestre de 2014. A contração registada no segmento
residencial deveu-se à intensificação da concorrência no mercado ibérico.
As vendas de eletricidade à rede totalizaram 1.590 GWh no período, menos 314 GWh do que nos doze meses de
2013, o que se deveu principalmente ao encerramento da cogeração Energin, localizada na fábrica da Solvay na
Póvoa de Santa Iria, no final de 2013.
O resultado operacional a custo de substituição do negócio de Gas & Power situou-se nos €363 milhões, 7% acima
do registado no período homólogo.
INVESTIMENTO
(ver tabela no pdf em anexo)
O investimento no ano 2014 foi de €1.143 milhões, dos quais cerca de 87% se destinaram ao negócio de E&P.
O investimento em atividades de desenvolvimento, sobretudo no campo Lula/Iracema no bloco BM-S11,
representou 75% do total investido no segmento de negócio de E&P.
Os restantes 25% destinaram-se à campanha de exploração e avaliação que a Galp Energia realizou durante o ano,
com destaque para as atividades na bacia de Santos, no Brasil, em Moçambique e em Marrocos.
Nos negócios de R&D e G&P, o investimento totalizou €137 milhões, um montante afeto principalmente à
manutenção da refinaria Sines e à expansão da rede de distribuição de gás natural.
ENVOLVENTE DE MERCADO
DATED BRENT
No ano de 2014, o valor médio do dated Brent foi de $98,9/bbl, o que correspondeu a uma descida de $9,7/bbl face ao período homólogo do ano anterior.
MARGENS DE REFINAÇÃO
No ano de 2014 a margem de refinação benchmark da Galp Energia foi de $1,1/bbl, tendo-se mantido estável relativamente a 2013, sendo no entanto de destacar as variações significativas registadas entre o primeiro e o segundo semestre do ano.
MERCADO IBÉRICO
Durante o ano, o mercado de produtos petrolíferos na Península Ibérica permaneceu estável face ao período homólogo de 2013, em 58,8 milhões de toneladas (Mt).
O mercado ibérico de gás natural registou uma evolução negativa de 9% face ao período homólogo situando-se nos 29.719 Mm³, consequência da redução generalizada do consumo.
CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA
Nos doze meses de 2014, a ação da Galp Energia desvalorizou 29% face à cotação de fecho de 2013, tendo o volume transacionado atingido os 548 milhões de ações em mercados regulamentados, influenciado pela colocação em mercado,pelo acionista Eni, de uma participação correspondente a aproximadamente 8% do capital social da Galp Energia. O volume médio diário de ações transacionadas nos mercados regulamentados foi de 2,1 milhões de ações, incluindo 1,3 milhões de ações transacionadas através da Euronext Lisbon.
(ver gráfico no pdf em anexo)
BASES DE APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos doze meses findos em 31 de dezembro de 2014 e de 2013 foram elaboradas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS). A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os trimestres findos em 31 de dezembro de 2014 e de 2013 e para os doze meses findos nestas datas. A informação financeira referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 31 de dezembro de 2014, 30 de setembro de 2014 e 31 de dezembro de 2013.
As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as IFRS e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a custo médio ponderado (CMP). A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.
Outro fator que pode influenciar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.
Com o objetivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados RCA excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock, este último pelo facto de o custo das mercadorias vendidas e das matérias-primas consumidas ter sido apurado pelo método de valorização de custo de substituição designado replacement cost (RC).
DEFINIÇÕES
Crack
Diferencial de preço entre determinado produto petrolífero e o preço do dated Brent
Ebit
Resultado operacional
Ebitda
Ebit mais depreciações, amortizações e provisões
Produção net entitlement
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão,após o efeito dos contratos de partilha de produção.
Produção working interest
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão.
Replacement Cost
De acordo com este método, o custo das mercadorias vendidas é avaliado a replacement cost, isto é, à média do custo das matérias-primas no mês em que as vendas se realizam e independentemente das existências detidas no início ou no fim dos períodos. O replacement cost não é um critério aceite pelas IFRS, não sendo consequentemente adotado para efeitos de avaliação de existências e não refletindo o custo de substituição de outros ativos.
Replacement Cost Ajustado
Além da utilização da metodologia replacement cost, os resultados ajustados excluem determinados eventos de caráter não-recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de restruturação, que podem afetar a análise dos resultados da Empresa e que não traduzem o seu desempenho operacional.
ABREVIATURAS
bbl: barris
mbbl: milhões de barris
boe: barris de óleo equivalente
mboepd: mil barris de petróleo equivalente por dia
Mt: milhões de toneladas
RCA: Replacement cost adjusted
$: dólar dos Estados Unidos