- A produção total (working interest) de petróleo e gás natural aumentou 14% para 26,9 mboepd devido ao incremento da produção no Brasil; a produção net entitlement aumentou 18% para 23,3 mboepd, igualmente pelos progressos no desenvolvimento dos projetos de produção no Brasil.
- As exportações de produtos petrolíferos para fora da Península Ibérica situaram-se em 1,5 milhões de toneladas, uma diminuição de 31% face ao homólogo que resultou da menor disponibilidade de produto para exportação devido à paragem geral programada na refinaria de Sines.
- A margem de refinação da Galp Energia foi de $0,4/bbl, inferior em $2,3/bbl à do primeiro semestre de 2013 em reflexo da deterioração das margens nos mercados internacionais.
- O volume de vendas a clientes diretos diminuiu 4%, refletindo a paragem da refinaria de Sines; as vendas de produtos petrolíferos a clientes diretos em África representaram 8% do total.
- O volume de gás natural vendido aumentou 23%, atingindo os 3.904 milhões de m3, o que se explica pelo aumento dos volumes transacionados nos mercados internacionais através da atividade de trading.
- O investimento totalizou €463 milhões, dos quais 86% foram canalizados para o segmento de negócio de Exploração & Produção, nomeadamente para as atividades de desenvolvimento no campo Lula, no Brasil.
- Trespasse à REN do negócio regulado relativo à concessão para armazenamento subterrâneo de gás natural em Portugal, por um preço acordado de cerca de €72 milhões.
- A dívida líquida situou-se em €1.625 milhões considerando o empréstimo de €807 milhões concedido à Sinopec como caixa e equivalentes, traduzido num rácio de dívida líquida para Ebitda de 1,5x. Não considerando esse empréstimo, a dívida líquida seria de €2.432 milhões.
INDICADORES FINANCEIROS
(ver quadro no pdf anexo)
O resultado líquido replacement cost ajustado da Galp Energia foi de €115 milhões, menos €47 milhões do que no primeiro semestre de 2013, essencialmente devido à deterioração dos resultados do segmento de Refinação e Distribuição. Os negócios da Exploração & Produção e Gas & Power deram um importante contributo positivo.
EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO
(ver quadro no pdf anexo)
No primeiro semestre de 2014, a produção total (working interest) aumentou 14% para 26,9 mboepd devido ao aumento de 43% da produção no Brasil, que totalizou 16,3 mboepd. Esta evolução foi sustentada pelo aumento da produção da FPSO Cidade de Paraty, que entrou em funcionamento em junho de 2013. Os testes de longa duração (EWT) nas áreas de Lula Central, Lula Sul e Iara Oeste-2, realizados no primeiro semestre de 2014, também contribuíram para o aumento da produção do Brasil, com uma produção média conjunta de 1,6 mbopd. Em Angola, a produção working interest diminuiu 13%, devido essencialmente à menor contribuição do campo Kuito, no Bloco 14, cuja FPSO foi desmobilizada no final de 2013. Por outro lado, a produção do campo Tômbua-Lândana (TL) manteve-se estável, enquanto a produção do campo BBLT, com a entrada em produção de novos poços, aumentou cerca de 11% em termos homólogos.
A produção net entitlement, a mais relevante – uma vez que é aquela a que a Galp Energia tem, de facto, direito – foi de 23,3 mboepd, um aumento de cerca de 18% face ao primeiro semestre de 2013 suportado pelo aumento da produção no Brasil.
O resultado operacional a custo de substituição foi de €140 milhões, um aumento de €51 milhões face ao período homólogo.
REFINAÇÃO & DISTRIBUIÇÃO
(ver quadro no pdf anexo)
No primeiro semestre de 2014 a margem de refinação da Galp Energia foi de $0,4/bbl, uma queda de $2,3/bbl face ao período homólogo, na sequência da evolução negativa das margens de refinação nos mercados internacionais.
As exportações para fora da Península Ibérica foram de 1,5 milhões de toneladas, uma diminuição de 31% face ao primeiro semestre de 2013, refletindo a paragem da refinaria de Sines. O fuelóleo, o gasóleo e a gasolina representaram 33%, 25% e 18%, respetivamente, das exportações.
A paragem explica igualmente a descida de 23% no número de barris processados nos primeiros seis meses de 2014 face ao período homólogo e a diminuição de 17 p.p na taxa de utilização das unidades de destilação. As restrições de abastecimento resultantes das más condições climatéricas que afetaram o normal funcionamento de algumas unidades da refinaria de Matosinhos no primeiro trimestre do ano também prejudicaram a atividade de refinação.
Durante o primeiro semestre de 2014, 81% do crude processado nas refinarias correspondeu a crudes médios e pesados. As gasolinas e os destilados médios representaram 18% e 47% da produção total, respetivamente, enquanto o fuelóleo representou 19%. Os consumos e quebras no primeiro semestre foram de 8%.
O volume de vendas a clientes diretos desceu 4% em relação ao primeiro semestre de 2013, devido ao impacto da paragem geral da refinaria de Sines e a restrições de crédito a clientes. O volume de vendas a clientes diretos em África representou 8% do volume de vendas totais do semestre.
No final do semestre, a Galp Energia contava com 1.447 estações de serviço na Península Ibérica e em África, menos 16 do que em 2013.
O resultado operacional a custo de substituição do segmento de negócio de Refinação & Distribuição foi negativo em €78 milhões, comparado com resultados positivos de 39 milhões no mesmo período de 2013.
GAS & POWER
(ver quadro no pdf anexo)
As vendas de gás natural no primeiro semestre de 2014 foram de 3.904 milhões de metros cúbicos (Mm3), mais 23% do que no período homólogo, o que se deveu exclusivamente ao aumento de volumes vendidos de GNL no mercado internacional.
Os volumes vendidos a clientes diretos registaram uma descida de 7%, na sequência da menor procura no segmento elétrico e no segmento residencial. No segmento elétrico, as vendas desceram 19% para os 278 Mm³, influenciadas pelo maior recurso a outras fontes de geração de eletricidade, como a geração hidroelétrica.
As vendas de eletricidade à rede foram de 826 GWh, ou seja, menos 92 GWh do que no primeiro semestre de 2013, consequência do encerramento da cogeração Energin no final de 2013.
Já no decorrer do mês de julho, a Galp Energia acordou com a REN Armazenagem o trespasse do negócio regulado relativo à concessão que detinha para o armazenamento subterrâneo de gás natural em Portugal. Nesta operação, com um preço acordado de cerca de €72 milhões, está incluída a transmissão de propriedade de duas cavidades com capacidade de 130 Mm3, bem como os direitos de construção de capacidade adicional. Esta transação está sujeita a aprovação pelas entidades nacionais de regulação sectorial e supervisão.
O resultado operacional a custo de substituição do negócio de Gas & Power situou-se nos €201 milhões, 24% acima do registado no primeiro semestre de 2013.
INVESTIMENTO
(ver quadro no pdf anexo)
No primeiro semestre de 2014 o investimento foi de €463 milhões, dos quais cerca de 86% foram afetos ao negócio de E&P.
O investimento em atividades de desenvolvimento, sobretudo no campo Lula/Iracema no bloco BM-S-11, representou 76% do total investido no segmento de negócio de E&P. Os restantes 24% destinaram-se à campanha de exploração e avaliação que a Galp Energia realizou durante o ano, com destaque para as atividades de exploração nas bacias de Santos e Potiguar, no Brasil, em Moçambique e em Marrocos.
O investimento nos negócios de R&D e G&P totalizou €62 milhões no primeiro semestre de 2014, montante afeto à manutenção da refinaria de Sines, à distribuição de gás natural e ao projeto de biocombustíveis no Brasil.
ENVOLVENTE DE MERCADO
DATED BRENT
No primeiro semestre de 2014, o valor médio do dated Brent foi de $108,9/bbl, o que correspondeu a um aumento de $1,4/bbl face ao período homólogo do ano anterior. A continuação da instabilidade político-social na Líbia e os conflitos no Iraque contribuíram para que o dated Brent tivesse atingido novos máximos do ano durante o segundo trimestre.
MARGENS DE REFINAÇÃO
No primeiro semestre de 2014, a margem de refinação benchmark da Galp Energia diminuiu $2,6/bbl em relação ao primeiro semestre de 2013, situando-se nos -0,4/bbl. Esta tendência negativa refletiu a descida nas margens de hydrocracking e cracking, que diminuíram $2,3/bbl e $2,2/bbl, respetivamente.
MERCADO IBÉRICO
Durante o primeiro semestre do ano, o mercado de produtos petrolíferos da Península Ibérica situou-se nos 29 milhões de toneladas (Mt), mais 2% que no semestre homólogo. Esta tendência positiva foi suportada pelo aumento de 4% nos mercados de jet e gasóleo.
O mercado ibérico de gás natural diminuiu 11% face ao período homólogo, para os 15.007 Mm³, consequência da diminuição do consumo no segmento elétrico, industrial e residencial.
CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA
No primeiro semestre de 2014, a cotação da Galp Energia valorizou 12% face ao fecho do final de 2013, tendo o volume transacionado atingido os 257 milhões de ações em mercados regulamentados e sido positivamente afetado pela colocação em mercado, pelo acionista Eni, de uma participação correspondente a aproximadamente 8% do capital social da Galp Energia. O volume médio diário total de ações transacionadas nos mercados regulamentados foi de 2,1 milhões de ações, incluindo 1,3 milhões de ações transacionadas através da Euronext Lisbon.
(ver gráfico no pdf anexo)
Fonte: Euroinvestor
BASES DE APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos seis meses findos em 30 de junho de 2014 e de 2013 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os trimestres findos em 30 de junho de 2014 e de 2013. A informação financeira referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 30 de junho de 2014 e 31 de dezembro de 2013.
As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a custo médio ponderado (CMP). A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.
Outro fator que pode influenciar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.
Com o objetivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados RCA excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock, este último pelo facto de o custo das mercadorias vendidas e das matérias-primas consumidas ter sido apurado pelo método de valorização de custo de substituição designado RC.
DEFINIÇÕES
Crack
Diferencial de preço entre determinado produto petrolífero e o preço do dated Brent
Ebitd
Resultado operacional
Ebitda
Ebit mais depreciações, amortizações e provisões
Produção net entitlement
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão, após o efeito dos contratos de partilha de produção
Produção working interest
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão
ABREVIATURAS
bbl: barris
mbbl: milhões de barris
boe: barris de óleo equivalente
mboepd: mil barris de petróleo equivalente por dia
Mton: milhões de toneladas
RCA: Replacement cost adjusted
$: dólar dos Estados Unidos