- A produção net entitlement de crude e gás natural foi de 17,7 mboepd, 52% dos quais provenientes do Brasil;
- A margem de refinação da Galp Energia foi de Usd 1,7/bbl face a Usd 0,8/bbl no período homólogo de 2011, uma subida influenciada pela recuperação das margens de refinação nos mercados internacionais;
- O contexto económico adverso que caracterizou a Península Ibérica no primeiro semestre de 2012 influenciou negativamente o negócio de distribuição de produtos petrolíferos face ao período homólogo do ano anterior;
- O volume de gás natural vendido aumentou 16% face ao período homólogo de 2011, para 3.225 milhões de metros cúbicos, para o que foram determinantes as vendas no segmento de trading;
- O resultado operacional a custo de substituição (RCA) foi de €269 milhões, mais 53% que no primeiro semestre de 2011;
- O investimento atingiu os €391 milhões, dos quais cerca de 70% foram canalizados para o segmento de negócio de Exploração & Produção;
- O rácio net debt to equity no final do período situava-se nos 18% e a dívida líquida era de €1.221 milhões, menos €2.283 milhões do que no final do ano anterior.
INDICADORES FINANCEIROS
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O resultado líquido replacement cost ajustado da Galp Energia foi de €178 milhões, mais €64 milhões do que no primeiro semestre de 2011. Este aumento deveu-se ao melhor desempenho operacional de todos os segmentos de negócio, na sequência do aumento da produção proveniente do Brasil, da subida das margens de refinação, do aumento do volume de crude processado e do aumento dos volumes de gás natural negociados na atividade de trading.
Os resultados financeiros deram igualmente um contributo positivo, uma vez que a diminuição da dívida líquida, na sequência da entrada da Sinopec na Petrogal Brasil, através de um aumento de capital e de empréstimos acionistas que, no total, se saldaram num encaixe financeiro de $5,2 mil milhões de euros, permitiu reduzir de forma significativa os encargos financeiros.
EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO
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No primeiro semestre de 2012 a produção working interest aumentou 19% face ao período homólogo de 2011, para 24,2 mboepd. Este aumento deveu-se essencialmente ao incremento da produção do campo Lula, no Brasil, nomeadamente através da FPSO Cidade de Angra dos Reis e do teste de produção antecipada na área de Iracema Sul, que teve início no primeiro trimestre de 2012. A produção no Brasil atingiu 9,1 mboepd, dos quais 16% referentes a gás natural. Em Angola a produção working interest foi de 15,1 mbopd, ou seja, menos 15% face ao período homólogo de 2011, devido ao declínio da produção dos campos do bloco 14, que já se encontram numa fase de maturidade.
A produção net entitlement foi de 17,7 mboepd, ou seja, um aumento de 51% face ao período homólogo de 2011, devido essencialmente ao aumento de produção no Brasil.
O resultado operacional a custo de substituição no primeiro semestre de 2012 mais do que duplicou, para €115 milhões, essencialmente devido a um aumento de 51% da produção net entitlement.
REFINAÇÃO & DISTRIBUIÇÃO
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No primeiro semestre de 2012 foram processados 42 milhões de barris de crude na atividade de refinação, ou seja, mais 7 milhões de barris do que no primeiro semestre de 2011, um período afetado pela paragem técnica da refinaria de Sines para manutenção e realização de interligações relacionadas com o projeto de conversão. A taxa de utilização da capacidade das refinarias no período foi de 69%, contra 58% no período homólogo de 2011.
O crude representou 92% das matérias-primas processadas, com os crudes leves e condensados a representarem 28% do total, enquanto os crudes médios e pesados tiveram um peso de 56% e 16%, respetivamente.
No perfil de produção, o gasóleo teve um peso de 34%, seguido das gasolinas com 21%. O fuelóleo e o jet representaram, respetivamente, 20% e 8% da produção total. Os consumos e quebras no período foram de 7%.
O volume de vendas a clientes diretos estabilizou face ao primeiro semestre de 2011 e ficou nos 5,1 milhões de toneladas, apesar do contexto económico adverso que continuou a afetar o mercado de produtos petrolíferos na Península Ibérica.
As exportações para fora da Península foram de 1,7 milhões de toneladas no primeiro semestre de 2012 e implicaram um aumento de 0,5 milhões de toneladas face ao primeiro semestre de 2011, em que a paragem técnica da refinaria de Sines afetou negativamente a produção disponível para exportação. A gasolina e o fuelóleo representaram 30% e 27% das exportações, beneficiando da evolução positiva registada pelo crack destes produtos durante o primeiro semestre e das oportunidades de venda da gasolina no mercado norte-americano.
No primeiro semestre de 2012, o segmento de negócio de Refinação & Distribuição registou um resultado operacional a custo de substituição de €22 milhões, o que esteve em linha com o período homólogo de 2011. Os resultados contaram com um menor contributo da atividade de distribuição de produtos petrolíferos devido ao contexto económico negativo na Península Ibérica. Este menor contributo foi, no entanto, compensado pela atividade de refinação devido ao aumento da margem de refinação e do volume de crude processado.
GAS & POWER
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No primeiro semestre de 2012, as vendas de gás natural foram de 3.225 milhões de metros cúbicos, um aumento de 16% em relação ao período homólogo de 2011, o que se deveu principalmente ao aumento dos volumes negociados no segmento de trading. Este segmento permitiu compensar a diminuição homóloga de 17% das vendas a clientes diretos, para 2.033 milhões metros cúbicos, justificada pela redução das vendas aos segmentos elétrico e residencial. A redução de 398 milhões de metros cúbicos nas vendas ao segmento elétrico deveu-se ao aumento do peso do carvão na produção de eletricidade e a uma menor geração elétrica em Portugal comparativamente ao primeiro semestre de 2011, na sequência do aumento das importações de eletricidade de Espanha. Os consumos no segmento doméstico foram afetados pela temperatura mais amena que caracterizou a primeira metade do ano.
As vendas ao segmento industrial subiram 6%, para 1.072 milhões de metros cúbicos, resultado do aumento do consumo de gás natural por parte da central de cogeração da refinaria de Sines – cuja produção esteve parcialmente interrompida durante o primeiro trimestre de 2011 – do aumento do consumo de gás natural na refinaria de Matosinhos e da aquisição de novos clientes neste segmento.
No segmento de trading as vendas de gás natural liquefeito (GNL) foram de 1.192 milhões de metros cúbicos no primeiro semestre de 2012, um aumento de 857 milhões de metros cúbicos face ao mesmo período de 2011. As vendas neste segmento beneficiaram do aumento da procura de gás natural, especialmente por parte dos mercados da Ásia e da América Latina.
As vendas de eletricidade à rede no primeiro semestre de 2012 foram de 636 GWh, contra 547 GWh no período homólogo de 2011, período em que as operações nas cogerações de Sines e da Energin estiveram parcialmente interrompidas.
No primeiro semestre de 2012, o resultado operacional a custo de substituição foi de €131 milhões, um aumento de €31 milhões face ao período homólogo de 2011 que ficou a dever-se à melhoria dos resultados na comercialização de gás natural, na sequência do aumento dos volumes de GNL vendidos no mercado internacional.
INVESTIMENTO
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O investimento no primeiro semestre de 2012 foi de €391 milhões, tendo 70% sido afeto ao negócio de Exploração & Produção, em linha com a estratégia de transformação delineada pela Empresa. Com efeito, o negócio de Refinação & Distribuição, que até ao final de 2011 era o grande foco de investimento, representou no primeiro semestre de 2012 apenas cerca de 20% do total.
O investimento de €274 milhões no negócio de Exploração & Produção – mais €122 milhões que no período homólogo de 2011 - foi predominantemente afeto às atividades de desenvolvimento no Brasil, onde o bloco BM-S-11 absorveu €116 milhões. Do investimento no segmento no primeiro semestre do ano, cerca de 50% destinou-se a atividades de exploração. O investimento em Moçambique no semestre absorveu €33 milhões e destinou-se a atividades de exploração e avaliação na Área 4, nomeadamente no complexo Mamba.
O investimento nos segmentos de negócio de Refinação & Distribuição e de Gas & Power totalizou €116 milhões, tendo o negócio da Refinação & Distribuição beneficiado de €85 milhões. A redução de €327 milhões do investimento neste negócio durante o primeiro semestre de 2012 esteve relacionada com a conclusão do investimento no projeto de conversão das refinarias. O investimento no negócio de Gas & Power, que totalizou €31 milhões, destinou-se sobretudo à rede de distribuição de gás natural e à cogeração na refinaria de Matosinhos.
COLABORADORES
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ENVOLVENTE DE MERCADO
DATED BRENT
O valor médio do dated Brent no primeiro semestre de 2012 foi de Usd 113,3/bbl, o que correspondeu a um aumento de 2% face ao período homólogo do ano anterior na sequência da instabilidade na Síria, no Sudão do Sul e no Iémen, que inflacionou os preços nos primeiros meses do ano. O aumento do preço do dated Brent também foi influenciado pelo embargo dos Estados Unidos e da União Europeia ao crude iraniano.
MARGENS DE REFINAÇÃO
A margem de refinação benchmark da Galp Energia no primeiro semestre de 2012 foi de Usd 0,8/bbl, o que representou uma subida de Usd 1,7/bbl face ao período homólogo. Tal evolução refletiu a tendência das margens cracking e hydroskimming no primeiro semestre do ano, que aumentaram Usd 2,1/bbl e Usd 3,1/bbl, respetivamente, suportada pelo aumento dos cracks dos produtos petrolíferos refinados, nomeadamente da gasolina e do fuelóleo.
EUR/USD
No primeiro semestre de 2012, a taxa de câmbio média do euro/dólar foi de 1,30, o que representou uma desvalorização de 7,6% do euro face ao dólar em relação ao período homólogo de 2011. O enfraquecimento da moeda única deveu-se essencialmente à continuação da crise da dívida soberana na zona euro, agravada pela necessidade de convocar novas eleições legislativas na Grécia para a formação de um governo estável e pela deterioração da economia, das finanças públicas e do setor bancário em Espanha.
MERCADO IBÉRICO
Em Portugal, o mercado de produtos de petrolíferos contraiu 5% no primeiro semestre de 2012 em relação ao período homólogo, para 4,5 milhões de toneladas, principalmente devido à evolução dos mercados de gasolina e gasóleo. De facto, os mercados da gasolina e do gasóleo contraíram 9% cada, para os 0,6 milhões de toneladas e para os 2,3 milhões de toneladas, respetivamente. O mercado de jet recuou 1% para os 0,5 milhões de toneladas.
Em Espanha, o mercado dos produtos petrolíferos teve uma evolução negativa no primeiro semestre de 2012, com uma queda de 6% face ao mesmo período de 2011, para os 26,7 milhões de toneladas. Esta evolução deveu-se não só à contração de 8% do mercado da gasolina, para os 2,4 milhões de toneladas, mas também dos mercados de gasóleo e de jet que foram afetados negativamente pela conjuntura económica adversa. De facto, estes dois mercados apresentaram uma descida de 7%, para os 14 milhões de toneladas e 2,5 milhões de toneladas respetivamente.
Em Portugal, no primeiro semestre de 2012, o mercado de gás natural contraiu 19% face ao período homólogo para os 2.165 milhões de metros cúbicos. Esta evolução negativa é sobretudo justificada pela quebra de 36% registada no sector elétrico, na sequência do aumento do peso do carvão na produção de eletricidade e a uma menor geração elétrica em Portugal na sequência do aumento das importações de eletricidade provenientes de Espanha.
Já o mercado espanhol de gás natural diminuiu 2% durante o primeiro semestre de 2012, face ao mesmo período de 2011, uma vez que o aumento da procura dos segmentos residencial e industrial de 7%, não foi suficiente para compensar a diminuição da procura de 24% no segmento eléctrico na sequência da maior produção de eletricidade através de carvão e por via nuclear.
CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA
Durante o primeiro semestre de 2012, a ação da Galp Energia desvalorizou-se 12%, tendo encerrado o período a cotar nos €10,00. Desde a oferta pública inicial, a 23 de outubro de 2006, até 30 de junho de 2012, a ação da Galp Energia teve um desempenho positivo e valorizou-se cerca de 72%. A cotação máxima da Galp Energia no período foi de €13,78, enquanto a mínima foi de €8,33. Durante o primeiro semestre de 2012, foram transacionados cerca de 177 milhões de ações, o que equivaleu a uma média diária de 1,4 milhões de ações. A 30 de junho de 2012, a Galp Energia tinha uma capitalização bolsista de €8.293 milhões.
(ver gráfico no pdf)
BASES DE APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos seis meses findos em 30 de junho de 2012 e de 2011 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os semestres findos em 30 de junho de 2012 e de 2011. A informação financeira referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 30 de junho de 2012 e 31 de dezembro de 2011.
As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as IFRS e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a CMP. A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.
Outro fator que pode afetar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.
Com o objetivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados operacionais e os resultados líquidos RCA excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock, este último pelo facto de o custo das mercadorias vendidas e das matérias-primas consumidas ter sido apurado pelo método de valorização de custo de substituição designado replacement cost.
DEFINIÇÕES
Crack
Diferença entre o preço de um produto final, como por exemplo a gasolina e o gasóleo, e o preço do petróleo bruto
EBIT
Resultado operacional
EBITDA
EBIT mais depreciações, amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida direta de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das atividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes
Produção net entitlement
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão, após o efeito dos contratos de partilha de produção
Produção working interest
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão
ABREVIATURAS
bbl: barris
boe: barris de óleo equivalente
mboepd: mil barris de petróleo equivalente por dia
PSA: Production Sharing Agreement
RCA: Replacement cost ajustado
Usd: dólar dos Estados Unidos