13/05/2009 | Resultados

Galp Energia apresenta resultado líquido a custos de substituição ajustado de 49 milhões de euros no primeiro trimestre

O resultado líquido a custo de substituição ajustado foi de 49 milhões de euros, face a 109 milhões de euros no período homólogo de 2008.

O resultado líquido em IFRS no primeiro trimestre de 2009 foi de 44 milhões de euros, quando no período homólogo de 2008 tinha sido de 196 milhões de euros. Esta forte diminuição deveu-se em parte aos sinais contrários do efeito stock, que no primeiro trimestre de 2009 foi negativo em 1 milhão de euros, enquanto que no mesmo período de 2008 tinha sido positivo em 89 milhões de euros.

  • Produção working interest de crude nos 13,3 mil barris diários, menos 3,5% do que em igual período de 2008, devido a trabalhos de manutenção e cortes de produção impostos pela OPEP;
  • Incidente na fábrica de utilidades da refinaria de Sines provoca diminuição da matéria prima tratada em 43,8% e diminuição da margem de refinação da Galp Energia, de 3,0 Usd/bbl para 2,8 Usd/bbl. Diminuição da produção e volumes incrementais resultantes das aquisições das ex-filiais ibéricas da Agip e da ExxonMobil levaram a aumento do indicador de cobertura da actividade de refinação pela actividade de distribuição de produtos petrolíferos que se situou nos 106,1%, acima dos 73,1% do período homólogo;
  • No trimestre foram vendidos 1.075 milhões de metros cúbicos de gás natural, uma queda de 26,9% face ao período homólogo, com o mercado liberalizado, nomeadamente o trading a ser o principal responsável pela queda;
  • O investimento no primeiro trimestre foi de 96 milhões de euros, dos quais 47,3% foram canalizados para o segmento de Refinação & Distribuição;
  • EBITDA a custo de substituição ajustado de 151 milhões de euros, com o segmento de negócio de Refinação & Distribuição a ser responsável por 55,6% do total;
  • O resultado líquido a custo de substituição ajustado (replacement cost adjusted) foi 49 milhões de euros, ou seja, 0,06€ por acção, e o resultado líquido IFRS 44 milhões de euros, ou seja, 0,05€ por acção;
  • Retorno anualizado da acção Galp Energia de 19,5% ao ano, desde o IPO até 31 de Março de 2009.

    IFRS         Custo de substição ajustado    
172008  1T2009  Variação  % Var.    1T2008  1T2009  Variação  % Var. 
3.493  2.927   (566)  (16,2%)

 Venda e prestações de serviços

3.493   2.927  (556)  (16,2%)
344 139   (204)  (59,5%)

 EBITDA

 234  151  (83)  (35,4%)
275 64   (211)  (76,6%)

 Resultados operacionais

 169  75  (94)  (55,6%)
196 44   (152)  (77,6%)

 Resultado líquido

 109  49  (60)  (54,8%)
0,24  0,05   (0,18)  (77,6%)

 EPS (Euro/acção)

 0,13  0,06  (0,07)  (54,8%)

O resultado líquido em IFRS no primeiro trimestre de 2009 foi de 44 milhões de euros, quando no período homólogo de 2008 tinha sido de 196 milhões de euros. Esta forte diminuição deveu-se em parte aos sinais contrários do efeito stock, que no primeiro trimestre de 2009 foi negativo em 1 milhão de euros, enquanto que no mesmo período de 2008 tinha sido positivo em 89 milhões de euros.

O resultado líquido a custo de substituição ajustado foi de 49 milhões de euros, face a 109 milhões de euros no período homólogo de 2008, uma diminuição que se deveu ao menor resultado operacional dos segmentos de Exploração & Produção e de Gas & Power bem como ao aumento dos custos financeiros decorrente do aumento da dívida média no período.

Exploração & Produção

Milhões de Euros (excepto indicação em contrário) 

   

Primeiro trimestre     

  2008 2009  Variação % Var. 
Resultado operacional custo de substituição ajustado  42  (41)  (97,4%) 
Produção média working interest (kbbl/dia) 13,8 13,3  (0,5)  (3,5%) 
Produção média net entitlement (kbbl/dia)  9,9 8,4  (1,5)  (14,7%) 
Produção net entitlement total (milhões bbl)  0,9 0,8  (0,1)  (15,7%) 

A produção, numa base working interest, atingiu os 13,3 mil barris por dia no primeiro trimestre de 2009, uma queda de 3,5% face ao período homólogo. Esta quebra deveu-se essencialmente a trabalhos de manutenção e à decisão da OPEP de impor cortes de produção aos seus membros, obrigou a uma redução da produção do bloco 14. O campo BBLT continua a ser o campo com maior peso na produção, com cerca de 81,2% do total, e apresentou uma produção diária de 10,8 mil barris no primeiro trimestre de 2009.

A produção net entitlement foi de 8,4 mil barris por dia, uma descida de 14,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, que se deveu a uma diminuição da participação do consórcio no profit oil. O campo BBLT, com 627 mil barris, um valor 17,7% abaixo da produção no período homólogo, representou 82,9% da produção total em termos net entitlement.

O resultado operacional replacement cost ajustado foi de 1 milhão de euros, contra um resultado positivo de 42 milhões de euros no primeiro trimestre de 2008. Esta redução deveu-se à queda do preço do crude nos mercados internacionais.

Refinação & Distribuição de Produtos Petrolíferos

Milhões de Euros (excepto indicação em contrário)

   

Primeiro trimestre     

  2008 2009  Variação % Var. 
Resultado operacional custo de substituição ajustado  38 37 (1) (3,1%) 
Margem de refinação Galp Energia (Usd/bbl) 3,0 2,8 (0,2) (8,0%) 
Matérias-primas processadas (milhões ton) 3,5 1,9 (1,5) (43,8%) 
Vendas de produtos refinados (milhões ton) 3,9 3,9 0,1 1,4% 
Vendas a clientes directos (milhões ton) 2,3 2,8 0,5 20,5%
Exportações (milhões ton) 0,6 0,4 (0,2) (36,5%)
Número de estações de serviço 1.025 1.497 472 46,0%
Número de lojas de conveniência 213 428 215 100,9%

No primeiro trimestre de 2009, foram processados 13,3 milhões de barris de crude nas refinarias da Galp Energia, o que compara com 23,6 milhões de barris do período homólogo. Esta diminuição deveu-se ao incidente na fábrica de utilidades na refinaria de Sines no dia 17 de Janeiro, que interrompeu o processamento de matéria-prima por um período aproximado de seis semanas, ainda que o arranque das unidades de alquilação e do FCC tenha ocorrido apenas no final do trimestre, com impacto na yield final de produtos refinados no período. Assim, a taxa de utilização da actividade de refinação foi de 47,6% no trimestre contra 84,8% no mesmo período de 2008.

O crude representou 92,1% do total das matérias-primas processadas, aumentando assim o seu peso relativamente aos 91,7% do período homólogo. No primeiro trimestre de 2009, os crudes leves e condensados representaram 33,3% do total da estrutura de produção, seguidos dos médios com 44,7% e dos pesados com 22,0%.

A baixa taxa de utilização da capacidade da refinaria de Sines e a entrada tardia em funcionamento das unidades de alquilação e do FCC alteraram o perfil de produção neste trimestre. Assim, o fuelóleo e o jet representaram respectivamente 21,0% e 36,0% da produção do trimestre, registando aumentos de 3,8 p.p. e 31,6 p.p. face ao período homólogo, enquanto que o peso do gasóleo e da gasolina registaram quebras de 32,2 p.p. e 9,6 p.p., passando a representar 4,9% e 13,7% do total.

Embora o contexto de margens de refinação no mercado internacional tenha sido positivo no período, a margem de refinação da Galp Energia sofreu o impacto da paragem não programada da refinaria de Sines, que levou a uma menor taxa de utilização da capacidade de destilação e à entrada em funcionamento apenas no final do trimestre das unidades de alquilação e do FCC. Desta forma, em termos unitários, a margem de refinação da Galp Energia foi de 2,8 Usd/bbl, sendo a variação em euros positiva em 5,7% influenciada pela valorização do dólar americano face ao euro.

Os volumes vendidos atingiram os 3,9 milhões de toneladas, um aumento de 1,4% em comparação com o período homólogo. Este volume inclui 668 milhares de toneladas relativas às actividades distribuição de produtos petrolíferos das ex-filiais Ibéricas da Agip e da ExxonMobil, que foram integralmente consolidadas à data de 1 de Outubro de 2008 e 1 de Janeiro de 2009, respectivamente. Os volumes provenientes das actividades destas filiais em Espanha, que atingiram 46,0% do total das vendas naquele país, mais do que compensaram a queda registada no mercado português.

As exportações registaram uma queda de 36,5% face ao primeiro trimestre de 2008, de onde se destaca: (i) um decréscimo de 67,2% nas gasolinas, devido à paragem não programada da refinaria de Sines, (ii) uma queda de 16,3% no fuelóleo e (iii) um aumento nos lubrificantes de 17,9%.

No primeiro trimestre de 2009, as vendas a clientes directos aumentaram 20,5% em relação ao período homólogo, o que resultou da incorporação nas vendas a clientes directos das vendas de produtos petrolíferos das ex-filiais Ibéricas da Agip e da ExxonMobil.

A cobertura da actividade de refinação pela actividade de distribuição de produtos petrolíferos, medida com base na média da produção dos últimos três anos, foi de 106,1%, acima dos 73,1% registado no primeiro trimestre de 2008, parcialmente decorrente do incidente na refinaria de Sines, que diminuiu as quantidades disponíveis de produção.

O resultado operacional em IFRS foi de 38 milhões de euros, incluindo um efeito stock negativo de 4 milhões de euros e um efeito não recorrente positivo de 6 milhões de euros, maioritariamente devido à reversão de uma provisão referente a clientes de cobrança duvidosa efectuada no quarto trimestre de 2008. O resultado operacional a custo de substituição ajustado foi de 37 milhões de euros, menos 3,1% do que no período homólogo de 2008 na sequência de um efeito de time lag negativo de 15 milhões de euros, quase três vezes superior ao do primeiro trimestre de 2008.

Gas & Power

Milhões de Euros (excepto indicação em contrário)

   

Primeiro trimestre     

  2008 2009  Variação % Var. 
Resultado operacional custo de substituição ajustado  85 32 (53) (62,0%) 
Vendas totais de gás natural (milhões m3) 1.471 1.075 (396) (26,9%) 
Vendas ao mercado liberalizado (milhões m3) 825 490 (335) (40,6%) 
Vendas ao mercado regulado (milhões m3) 646 585 (61) (9,4%) 
Clientes distribuição de gn1(milhares) 832 886 55 6,6%
Geração de energia eléctrica2 (GWh) 136 147 11 8,1%

1 Inclui empresas que não consolidam mas nas quais a Galp Energia detém uma participação significativa

2 Inclui a empresa Energin que não consolida, mas na qual Galp Energia detém uma participação de 35%. A esta empresa corresponde no primeiro trimestre de 2009, uma geração de energia eléctrica de 74 GWh e vendas de electricidade à rede de 72 GWh.

No primeiro trimestre de 2009 as vendas de gás natural diminuíram 26,9% em relação ao período homólogo para os 1.075 milhões de metros cúbicos, com as vendas para o mercado liberalizado a representar 84,6% desta queda. A queda dos volumes no sector eléctrico, que atingiu os 30,8%, deveu-se à pluviosidade verificada no trimestre, que impulsionou a geração eléctrica via recursos hídricos, em detrimento do recurso ao gás natural. Já no segmento de trading a diminuição dos volumes resultou da pouca atractividade deste segmento, dada a quebra nas margens na venda de gás natural, fruto do excesso de oferta de gás natural a nível internacional, devido ao abrandamento económico a nível mundial.

As vendas ao mercado industrial em Espanha atingiram um volume de 41 milhões de metros cúbicos no primeiro trimestre, mais do que duplicando o valor homólogo quando se iniciou a actividade de venda de gás natural neste segmento de mercado.

O volume de gás natural transportado nas redes pertencentes às empresas de distribuição totalizou 0,4 mil milhões de metros cúbicos.

A produção de electricidade no primeiro trimestre de 2009 foi de 147 GWh, um aumento de 8,1% em relação ao período homólogo, dada a paragem para manutenção no primeiro trimestre de 2008 da central de cogeração do Carriço. Para esta produção foram utilizados 43 milhões de metros cúbicos de gás natural nas centrais da Galp Energia, um volume correspondente a 11,6% do mercado industrial português. As vendas de electricidade à rede registaram um aumento de 7,7% para 144 GWh.

No primeiro trimestre de 2009, o resultado operacional a custo de substituição ajustado foi de 32 milhões de euros, face aos 85 milhões de euros no período homólogo. Este resultado desfavorável, foi consequência de menores volumes vendidos e também de menores margens obtidas devido ao desfasamento temporal implícito nas fórmulas de fixação do preço de aquisição e respectiva venda do gás natural.

No negócio do power a margem unitária diminuiu para os 10,9 €/MWh, face aos 13,2 €/MWh no primeiro trimestre de 2008, sendo que as vendas à rede foram efectuadas a um preço de 107,1€/MWh.

Investimento

Milhões de Euros

   

Primeiro trimestre     

  2008 2009  Variação % Var. 
Exploração & Produção 64 33 (31) (48,0%) 
Refinação & Distribuição 21 45 24 114,7% 
Gas & Power 14 17 3 21,7% 
Outros 0 1 1 s.s 
Investimento 99 96 (3) (3,1%)

O investimento no primeiro trimestre de 2009 foi de cerca de 96 milhões de euros, menos 3,1% do que no período homólogo de 2008. No segmento de negócio de Exploração & Produção o investimento foi sobretudo canalizado para os campos BBLT e Tômbua-Lândana no Bloco 14 em Angola, onde o investimento ascendeu a 19 milhões de euros. O aumento no segmento de negócio de Refinação & Distribuição, com um peso de 47,3% no investimento total, deveu-se principalmente à execução do projecto de conversão das refinarias. O investimento no segmento de negócio de Gas & Power foi sobretudo dedicado à extensão da rede de distribuição de gás natural em mais 113 quilómetros.

Capitalização bolsista

No primeiro trimestre de 2009 as acções da Galp Energia tiveram uma performance positiva de 25,1%, com a cotação a fechar nos 8,980€. Desde a Oferta Pública Inicial a 23 de Outubro de 2006 até 31 de Março de 2009, a acção da Galp Energia teve um desempenho positivo de 54,6%, ou um retorno anualizado de 19,5%. A cotação máxima da Galp Energia neste período foi de 9,78€, enquanto a cotação mínima foi de 7,22€. Durante o período foram transaccionadas cerca de 115,6 milhões de acções, equivalente a uma média diária de 1,83 milhões de acções. A 31 de Março de 2009, a Galp Energia tinha uma capitalização bolsista de 7.447 milhões de euros.

Bases de apresentação da informação

As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos três meses findos a 31 de Março de 2008 e 2009 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os trimestres findos em 31 de Março de 2009 e em 31 de Março de 2008. A informação financeira referente ao balanço consolidado é apresentada às datas de 31 de Março de 2009 e de 31 de Dezembro de 2008.

As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as IFRS, e, desde 1 de Novembro de 2008, o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a CMP (Custo Médio Ponderado). A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas, através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Neste documento, designa-se este efeito por efeito stock.

Outro factor que pode afectar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de activos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação. No quarto trimestre de 2008, o critério valorimétrico das saídas de stocks foi alterado de FIFO para CMP. A Galp Energia utilizava o critério FIFO desde 2004, ano em que começou a adoptar as IAS/IFRS. No entanto, tendo em consideração a variedade de stocks existentes na Galp Energia, e as respectivas localizações geográficas, verificou-se que o critério CMP, já amplamente utilizado pelas congéneres, é o mais adequado à realidade da empresa. Para tornar os períodos comparáveis, estas alterações foram repercutidas nos resultados do primeiro trimestre de 2008.

Com o objectivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados operacionais e os resultados líquidos a custo de substituição ajustados excluem eventos não recorrentes e o efeito stock, por terem sido apurados por utilização do método do custo de substituição, designado replacement cost.

Imprimir

Partilhar: